quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Trilho dos Moinhos em Vila da Ponte


Foi inaugurado o Trilho dos Moinhos na aldeia de Vila da Ponte, concelho de Montalegre. Uma iniciativa integrada na VII edição das Carrilheiras de Barroso. Dezenas de participantes fizeram-se ao monte guiados pelos ensinamentos do inspector José Dias Baptista.
Está inaugurado o Trilho dos Moinhos na aldeia de Vila da Ponte, concelho de Montalegre. É mais uma alternativa turística numa acção que esteve inserida nas VII Carrilheiras de Barroso.
A servir de guia esteve o inspector José Dias Baptista, natural da terra, em considerações que foram muito apreciadas pelos participantes.
Recorde-se que as Carrilheiras de Barroso são organizadas pela Câmara Municipal de Montalegre, Ecomuseu de Barroso, Barrosana - Associação Cultural, Federação Galega de Montanhismo, Adefacec, com o apoio do Clube Papaventos – Clube de Desportos de Montanha e o Agrupamento de Escuteiros 1115 – Montalegre.

Ver filme aqui.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Homem em Espanha procura ligações vilapontenses

Recebi o e-mail, que podem ver abaixo, de um homem que vive em Espanha mas que tem passado vilapontense. Descobriu este blogue e recordou, através dele, a sua passagem pela nossa terra. Pede-me que lhe responda a algumas questões, o que farei mais tarde. Agora deixo-vos o e-mail que enviou, lembro que lhe pedi a permissão de o publicar. Seguem, também, duas fotografias de alguém que está bem onde está mas que tem saudades de Vila da Ponte.
Se alguém quiser contribuir para saciar esta saudade pode fazê-lo acrescentando um comentário.


Boa noite,


Hoje, depois de muito tempo procurando coisas sobre Vila da Ponte, eu encontrei este blog. Eu vi todo com muito cuidado procurando por sites de minha infância.Primeiro peço desculpas por não escrever bem em Português, porque eu levo muitos anos fora de Portugal, mas eu espero que vocês me entendao Meu nome é João Carlos Da Silva, tenho 52 anos e vivo em Espanha. Eu nasci em Boticas, mas me mudei para Vila da Ponte ainda muito pequeno. Quando eu tinha 6 anos, ja fas 46 anos, eu vim para a Espanha com os meus pais, mas a memória da minha terra está sempre presente.Ahi nasceu a minha irmã e seus padrinhos foram un sehores que viviam em uma casa a entrada do povo, frente ao cruzeiro, a direita. Estes senhores tinhao uma taberna e loja e ele era conhecido pelo açeiteiro pois dedicabase a venta de açeite. Tinhao uma filha e não sei se ainda estáo vivos e se ainda estão no povo.Cuando eu vi os vídeos reconheci alguns lugares, escola, igreja, a casa da estrada ao lado esquerdo do cruceiro, onde havia uma loja de tecidos e muitos mais locais.Eu vivi na rua St Maria Magdalena, despois da igreija e de uns celeiros. A casa onde eu morava, eu acho que é aquela que eu vi no vídeo "concertinas" e já fica pouco de ela. ficaba diante do largo das Pereirinhas, ao lado de uma casa que diz "CASA DO CEM"Das crianças daquela época, lembro-me alguns, mas não os seus nomes e a única coisa que me lembro é como nós, os chamávamos.Peço desculpas por não lembrar o seu nome não é minha intenção ofender ninguém, mas em minhas memórias de infância apenas ficao os nomes por os que conhecia. Umas meninas que eram vezinhas minhas chamabao-lhes "as Farchas", outro "o chasco da volta" e também estaba o filho de um latueiro que viveu na mesma rua, mais abaixo. Havia muitos mais, mas não consigo lembrar de nada sobre eles. ¡¡O tempo passa!!Finalmente, o recordo mais importante e razão da minha carta. No vídeo "concertinas" no final, chegao a uma grande casa onde uma senhora aguarda. Lembro-me desa casa muito bem e poderia descrever como era a sua distribuição pois eu esteve nela muitas vezes e tenho boas recordações. A casa, eu conhezo como "a casa do Senhor Abade". Naquela casa estava vivendo um sacerdote com sua irmã e sobrinhas, um sacerdote a quem todos conheciam como "o Sr. Abade". É possível que a senhora que  esta na porta é um membro da família, possivelmente uma sobrinha.Minhas memórias deste homem são muito bons, para mim foi um bom homem, ele sempre me tratou com carinho e de uma maneira especial, como se fose da sua família. Talvez el veia en min o filho ,mais bem u neto por causa de sua idade, que nao pode ter pela sua condiçao de sacerdote.Minha última lembrança e o despedirse de min, quando eu vim para a Espanha. Me deu um abraço e chorando, ele disse "oh Joaocinho, a maior pena que tenho e que nao te voltarei a ver" Estava certo, nao me voltou a ver e o único contato que tinha comigo era por carta. Algum tempo depois ele morreu y eu supe alguns anos mais tarde, que nunca me esqueceu. Disseram-me, acho que é verdade, que depois da minha partida nunca foi o mesmo e que só parecia feliz quando ele recebia as  minhas cartas. Morreu lembrandose de min e con tristeza de não voltarme a ver.Eu peço um favor, se sua família ainda vive na Vila da Ponte, dar-lhes uma cópia da minha carta e dizer-lhes que, eu sempre lembro do Senhor Abade, e de eles, porque sempre me trataron muinto bem. Lhes digo que eu estou vivendo na Espanha, meus pais estão mortos e eu sou casado com uma espanhola e tenho um filho de 25 anos, que é Engenheiro Industrial. Deiles, de mim, obrigado por tao boas lembranças infantiles e entreguenles meu endereço, no caso que queirao escrever.Um último favor, agradeceria me proporcionaran o nome deste sacerdote y os datos que forao posibles.

Juan Carlos Da Silva Augusto




Este é o segundo e-mail

Boas noites,

 Hoje, quando me pus a olhar meu correio, me alegre muinto ao ter resposta sua e lhe agradeço as moléstias que se vai tomar em responder a meus desejos. Pode parecer que não tem importância minha história e minha petição, mas para mim é muito importante pois sempre considere que, ou Senhor Abade, merece que eu tenha este reconhecimento com el. Diz-me que seus avôs eram ou Senhor Antonio do Cem e a Senhora Ana do Cem e sento lhe dizer que pelos nomes e porque eu, naqueles tempos era um menino, não me lembro deles. Se minha mãe vivesse, seguro que lembrar-ia-se. De todas formas, penso que sua família vive na casa que aparece no video como "CASA DO CEM". Se é assim, lhe pergunto, Sempre viveram aí? A casa que se vê é nova mas nesse lugar havia outra e da família que vivia nela, sim me lembro, pois se tratavam muito com minha mãe. Se essas pessoas eram família sua vou contar-lhe um episódio. Naqueles tempos apenas tinhao luz eléctrica numas poucas casas e a maneira de iluminar-se era com candeias de azeite. Num dia os donos dessa casa decidiram instalar luz eléctrica e pela noite quando se foram para a cama ficou na cozinha, ao lado do lume, a mãe de um deles que já era bastante maior. Disseram-lhe que quando fosse para a cama apagasse a luz mas não lhe explicaram como, e quando se levantaram pela manhã a encontraram acendida. Perguntaram-lhe à avó que porque não a tinha apagado e ela respondeu que tinha estado soprando àquela candeia do demónio e que não conseguiu que se apagasse. ¡¡Claro que lhe permito publicar minha carta em seu blog!!, agradar-ia-me e ademais lhe envio duas fotografias por se as quer publicar. Uma é de minha mãe, meu irmão maior que também morreu aqui em Espanha, minha irmã e eu; esta feita no ano 1964 (tinha eu 4 anos) aí em Vila dá Ponte, se não lembro mál, no cruzeiro. A outra são meus pais, meus irmãos e eu, já em Espanha. A fotografia esta feita no ano 1966 pouco tempo depois de ter chegado aqui. Meu pai emigro com intenção de ir a algum país de Centroeuropa mas, ao chegar aqui ofereceram-lhe trabalho nas minas de carvão e fico-se. Num ano depois regresso a Portugal para trazer-nos com el para Espanha e no 5 de janeiro de 1966 cheguemos a esta terra. Aqui crescemos e aqui criemos-nos como uma família trabalhadora mais sem os apertos que tínhamos antes. Meus pais centraram-se em ter uma vida normal sem sacrificar-se, como fizeram outros emigrantes, em poupar para fazer uma casa na aldeia à que regressar num futuro. Sempre tiveram bem claro que a vida a tens que viver bem, dentro das possibilidades, em onde o destino te marca. Não quiseram centrasse em sacrifícios para regressar porque talvez nunca chegavam a atingir esse sonho e o sacrifício séria inútil. Também tiveram muito claro que nós iríamos crescendo e que quiçá, com o tempo, não quiséssemos regressar e eles não estavam dispostos a nos deixar atrás. Penso que tomaram a decisão correcta pois um, tem que centrasse em viver dia a dia da melhor maneira possível, sem se propor sonhos com sacrifícios que nada te contribuem e que merman tua qualidade de vida. A prova disso é que minha mãe morreu em 1984, com apenas 48 anos. Meu pai morreu no ano 1999, quando já estava reformado, com 68 anos e meu irmão dois anos antes com apenas 42. Só ficamos minha irmã e eu, e sou consciente de que minha vida esta aqui. De qualquer manera, eu, cada dia tenho mais soudade de Portugal e a cada ano que passa tenho a sensação de que estou muito mas longe de meu país e me entristece. Aqui acabarei os meus dias com a lembrança, sempre presente, de minha terra. Um abraço
 Juan Carlos